Você sabia? Quarta Revolução Industrial

Você provavelmente já ouviu falar desse termo antes, mas por acaso sabe de onde ele veio e o que significa? Não sabe? Fica tranquilo que a Eumeca de explica.

As 3 primeiras revoluções foram responsáveis pela integração das máquinas a vapor, pelo surgimento da linha de produção e a utilização do toyotismo. Dessa forma, geraram grandes transformações no jeito de fabricar produtos, comercializar mercadorias e trabalhar na indústria.

Gráfico com as 4 grandes revoluções nos meios de produção.
avozregional.com.br

Atualmente estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0. Esse termo surgiu na Feira de Hannover em 2011, e já em 2013 ele foi publicado e definido. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial “A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico”.

Mas quais são essas tecnologias? Como elas geram esse impacto dentro e fora da indústria?

Uma dos pilares transformadores é a Internet das Coisas (IoT), que significa a conexão de rede entre máquinas, ambientes e equipamentos. Ou seja, não é só o computador que está conectado a rede na fábrica, mas todo o maquinário, permitindo a troca de dados, tomada de decisão pelos próprios aparelhos e uma descentralização do controle dos processos produtivos, através de valores coletados por sensores e sistemas de visão.

Imagem ilustrando a comunicações
ariquemesonline.com.br

Outra conceito que está inserido na Indústria 4.0 é a inteligência artificial. Ela trabalha em conjunto com a IoT para melhorar a agilidade da indústria. Tarefas como controle de estoque, segurança e monitoramento, afinal, uma IA nada mais é que “dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente” (Douglas Ciriaco, Tecmundo).

Por fim, dentre tantas outras modernidades envolvidas nessa revolução, vale comentar a respeito da impressão 3D, a qual é uma forma de produção que tem mudado a fabricação de peças dentro das empresas. Diferente da manufatura tradicional, em que se retira material para dar forma a um projeto, a impressão 3D é uma forma de manufatura aditiva, ou seja, a peça vai sendo construída por camadas e ganhando diretamente a sua forma final.

betaeq.com.br

Essas e outras tecnologias estão cada vez mais presentes nas indústrias brasileiras, podendo gerar R$ 34 Bilhões/ano de ganho em eficiência de produção, segundo a  Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. No entanto, grande parte das fábricas nacionais ainda estão se adaptando a terceira revolução industrial e podem demorar para implementar a Indústria 4.0.

Quer saber mais sobre a indústria 4.0 ou implementar algum dos seus conceitos na sua empresa? Conte com a Eumeca para fazer isso acontecer!

Referencias: industria40.gov.br; citisystems.com.br; blog.hdstore.com.br;
prodwin.com.br; sebrae.com.br; totvs.com; tecmundo.com.br;

Em meio a cinzas, uma oportunidade

Durante o mês de abril, o coração da França sofreu com um desastre, as chamas sobre Notre-Dame se estenderam noite a fora, derrubando em segundos, monumentos que foram erguidos há mais de 600 anos, em cenas tão impressionantes quanto dramáticas. O ponto turístico mais visitado da França estava em meio a uma reforma, graças a isso as estátuas de bronze que enfeitavam o telhado foram removidas, mas a torre construída em 1860, e o telhado que ainda continha madeira de 1160 não conseguiram escapar da tragédia.

    Em meio a cinzas, uma oportunidade para mostrar ao mundo a diferença que as tecnologias mecatrônicas podem fazer em situações de perigo. Durante a contenção do incêndio, uma poderosa ferramenta usada pelos bombeiros foi o robô Colossus, movido por esteiras e capaz de carregar até 540 kg, mais que suficiente para transportar vítimas. No momento que a torre ameaçou cair mas ainda havia fogo dentro da catedral, ele entrou em ação garantindo a segurança da equipe de resgate. Visto que é imune a fogo e água, e pode ser controlado a uma distância de 300m.

Também foram utilizados dois drones com câmeras de alta definição para identificar os pontos críticos, e melhorar o posicionamento das mangueiras da equipe de resgate. graças a essas tecnologias os dois campanários foram salvos, e um estrago maior foi evitado.

robô Colossus em ação

Com as chamas já contidas, a comoção mundial gerou doações que chegam a bilhões de reais para a restauração. Ao ser questionada sobre esse esforço coletivo a diretora da fundação nacional de preservação histórica de Washington, Khaterine Malon France disse que “será uma intersecção muito interessante entre tecnologia e trabalho artesanal”, o que de fato será, com tanto investimento, as tecnologias mais avançadas nesse aspecto certamente serão postas em prática. Mas como lembrar de tantos detalhes?

    Os profissionais envolvidos estudam diversos arquivos sobre a catedral. Um dos projetos citados para ajudar na restauração foi o video game “Assassins Creed: Unity”, da Ubisoft, que em 2014 trouxe uma reprodução quase perfeita de como a igreja era durante a revolução francesa, o design em 3d feito pela level designer Caroline Miousse, levou quase dois anos para ser concluído. Ao serem questionados sobre o uso direto desse material para a restauração um representante da empresa respondeu o seguinte: “É importante ter em mente que fizemos para o jogo não foi uma reconstrução científica, mas uma visão artística. Apesar de querermos ser muito preciosos com os detalhes, existem algumas diferenças em termos de escala.” Apesar de não haver uma contribuição direta em relação a memória, a empresa contribuiu de outras formas, o primeiro movimento foi a doação de 500 mil libras e a distribuição gratuita do jogo por tempo limitado.

Então qual seria a solução para essa restauração? A mecatrônica também apresentou essa resposta. Em novembro de 2018, morreu o historiador belga Andrew Tallon, mas deixou um legado que pode durar séculos, foi responsável por mapear digitalmente diversas catedrais pelo mundo de forma extremamente precisa, inclusive Notre-Dame.

    O mapeamento demorou quase uma década e pode precisar até mesmo o material utilizado e o número de reformas que aquele local sofreu. Essa tecnologia consiste em posicionar lasers para mapear cada parte do edifício através de um sistema de envio e recebimento de luz, parecido ao que os morcegos fazem através de ondas sonoras, a contagem do tempo desde o envio da luz até o recebimento do reflexo, medindo assim a distância percorrida e, através da união desses dados gerar uma maquete digital com uma precisão absurda, inclusive com imagens detalhadas de cada decoração esculpida. Ao todo a catedral gerou um bilhão de pontos de dados. A seguir temos um trecho de uma reportagem da National Geografic no qual Tallon explica o mapeamento de uma catedral de Washington onde o mesmo sistema foi utilizado.

    Felizmente, relíquias que ficavam dentro da capital saíram sem grandes danos. Foi uma verdadeira obra prima de engenharia ter um material tão completo e tanta tecnologia para evitar uma maior destruição. Dessa forma,  espera-se que Notre-Dame sirva de exemplo, para que outros monumentos históricos pelo mundo também tenham a devida atenção. Achou interessante a informação? Então não esqueça de comentar, compartilhar e dar uma olhada nos nossos serviços.

Referencias:

metro.co.uk, epocanegocios.globo.com, noticias.uol.com.br/tecnologia, 1.folha.uol.com.br/mundo, bbc.com/news/,meiobit.com, record.pt, forbes.uol.com.br, epocanegocios.globo.com

Uma viagem em direção ao futuro, a nova nave Dragon Crew

No dia 2 de março o módulo Dragon Crew da gigante SpaceX foi lançado rumo à estação espacial internacional, numa missão em parceria com a NASA. A ideia da viagem foi testar o desempenho do veículo para que, em breve, ele possa transportar pessoas para o espaço.

O projeto da empresa de Elon Musk envolve uma série de inovações tecnológicas para o ramo aeroespacial, mas também conta com sistemas modernos, engenharia de precisão, sensoriamento, ou seja, muita mecatrônica. Um primeiro exemplo disso é a forma de controle da nave no espaço, são 3 telas touch screen, muito diferente daqueles painéis antigos e cheios de botões.

Outro aspecto muito interessante e inovador do novo módulo é a forma com que ele realiza a acoplagem nas estações, totalmente autônoma, sem a necessidade de braços externos e auxílio humano para o encaixe. Sem contar que, nessa missão, foi empregada uma parte do foguete reutilizável, assim reduzindo os custos de transporte.

Voltando a falar da parte interna, a espaçonave ainda está na fase de testes e não pode ser tripulada, sendo assim foi colocado um boneco para “pilotar” o veículo de 7 lugares. Porém não é apenas um manequim, ele conta com uma série de sensores, como acelerômetros e de temperatura, para medir como seria a experiência de um ser humano lá dentro.

Vídeo da SpaceX detalhando o interior da cápsula

Depois de realizar a entrega de um carregamento para a ISS (Estação Espacial Internacional), a nave tomou rumo de volta à terra, o maior desafio dessa missão espacial. A Dragon Crew atingiu a atmosfera em altíssima velocidade, acima da do som (1234,8 km/h), mas isso não foi problema afinal a cápsula conta com uma estrutura cilíndrica, chamada Trunk, na base do veículo, controlando o voo e reconhecendo a temperatura e potência que a nave é submetida.

Para aterrissar a espaçonave conta com 4 paraquedas e uma forte estrutura para o choque com o solo. Esse método de queda foi validado quando o módulo caiu no oceano no dia 8 de março. Com o sucesso desse e dos próximos testes da Dragon, a NASA espera começar a realizar o transporte para o espaço em parceria com a SpaceX já no próximo semestre desse ano.

Está claro que, em inúmeros aspectos, a engenharia mecatrônica está presente até fora do planeta terra. Achou interessante a informação? Então não esqueça de comentar, compartilhar e dar uma olhada nos outros posts do blog.

Fontes: olhardigital, canaltech, space, tecmundo, fromspacewithlove, SpaceX

Tecnologias da copa: Telstar 18

Estamos a poucas horas da grande decisão, momento em que os craques podem virar lendas e entrar para a história, mas, para isso é preciso eles tratarem bem ela, a Bola. E é sobre ela que vamos falar neste último texto da série tecnologias da copa.

A estrela deste mundial é a Telstar 18, uma bola que recebeu esse nome por ter um design inspirado na bola Telstar, usada na copa de 1970. Porém, diferente da sua ancestral, a bola da Copa da Rússia pode contar com dois chips embutidos, capazes de serem usados para uma série de funcionalidades.

O primeiro, o qual vai na bola comercializada, fica localizado no lado oposto ao bico, entre as camadas internas da bola. Ele é usado no recurso do NFC (Near Field Communication), ou seja, quem compra a bola usa esse sistema de comunicação por ondas de rádio para acessar informações exclusivas sobre o produto e outros conteúdos disponibilizados pela fabricante Adidas.

Já o chip colocado na bola de jogo apresenta uma função totalmente diferente, que é auxiliar o juiz na hora de validar o gol. Para tal, vários sensores posicionados dentro do gol, sob a grama, acompanham a posição Telstar através de distorções no campo magnético local. Com esses resultados e as imagens das câmeras, o software da tecnologia de linha de gol da FIFA conclui se a bola entrou ou não e informa o árbitro, pelo relógio.

Imagem com um relógio e  um gol de fundo, Ilustrando o funcionamento do goal-line.
financialtribune.com

Por fim, o próximo passo, o qual está em fase de testes, é usar esse segundo tipo de chip para medir em tempo real a posição da bola e sua velocidade em todo do jogo. Isso geraria outras estatísticas, que podem aprimorar a compreensão do futebol jogado nas próximas copas do mundo.

Assim, com um olhar no futuro dessa incrível competição, nós encerramos a série de postagens sobre a copa do mundo com uma interrogação: Quais outras tecnologias poderiam ser implementadas para o bem do futebol?

Referências: esportes.estadao.com.br; football-technology.fifa.com; olhardigital.com.br; http://www.adidas.com.br;

Tecnologias da Copa: Sensor de performance física e tática

A Copa do Mundo na Rússia vai se aproximando da reta final e nesse momento de decisão os técnicos precisam ter todas as informações possíveis para escolher quem deve começar jogando as partidas. Sejam os dados táticos ou físicos, eles são vitais para entender a atuação individual de cada jogador e como ela reflete no desempenho coletivo.

Dessa forma, chegamos à segunda inovação da nossa série: Os sensores que alguns jogadores colocam sob as roupas durante jogos e treinos. Esse equipamento é um colete justo, parecido com um “top”, que você provavelmente já viu alguns jogadores usando por baixo da camisa.

Ele conta com um GPS que coleta a todo momento a posição do jogador em campo, sendo possível estimar assim a sua velocidade, além de outros dispositivos, os quais registram o batimento cardíaco e a temperatura do jogador. Dessa forma pode-se saber se um jogador está mais nervoso ou cansado, por exemplo.

Imagem que mostra como a informação do sensor chega até os softwares de análise, passando pelo satélite.
fifa.com

Esses resultados são enviados através da internet em tempo real para um aplicativo que organiza os dados de cada jogador. Assim, os técnicos e seus auxiliares podem checar a condição física e mental da sua equipe, além de conferir se eles estão jogando de acordo com o estipulado nos treinos. Por outro lado,  esses sensores podem ser usados nos treinamentos para criar um perfil do jogador, ajudando a entender a sua capacidade de movimentação no gramado.

Além de tudo isso, os próprios atletas falam que esses equipamentos são leves, pequenos e não interferem negativamente no desempenho deles. Ou seja, o futebol só tem a ganhar com mais essa inovação, resta aos técnicos saberem aproveitar ao máximo. E você, acha que essa tecnologia está melhorando mesmo do desempenho das seleções?

Referências: educamaisbrasil.com.br; football-technology.fifa.com; http://www.youtube.com/fifatv;

+MEJ: LUCAS FELICIANO

Na edição anterior, entrevistamos Thaynan Mariano, um dos fundadores do MEJ no Instituto Federal de Santa Catarina. Se você ainda não viu, vale a pena checar!

Para conversar com o Lucas fomos até a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). Gostaríamos de agradecer pela disponibilidade e pelo passeio na Associação. É sempre inspirador visitar esse local, onde se encontram várias startups do ecossistema da Ilha da Magia.

Agora, vamos contar um pouco do bate-papo. Boa leitura!

UM BREVE HISTÓRICO

Eu sempre quis ter minha empresa. Meu pai tem a própria empresa. Quando eu vim para cá [Florianópolis], meu padrasto também tinha. Eu sempre gostei de ser mais autônomo. Nunca gostei muito dessa ideia de ser um funcionário só e ficar sentado na cadeira fazendo o mesmo trabalho todo dia”

Lucas Feliciano foi Diretor de Projetos da Comando Jr, a segunda empresa júnior da Engenharia Mecatrônica e consequentemente sucessora da Invictus. Durante o período no MEJ, ele e outros participantes desenvolveram projetos na área de instrumentação meteorológica. Um desses trabalhos foi vencedor do Desafio IFSC de Ideias Inovadoras de 2015, além de ter sido a semente para um dos projetos o qual ele se dedica neste período pós-júnior: o Abellion.

CONHECENDO O ABELLION

De maneira geral, esse produto consiste em uma estação meteorológica inteligente. É um dos vencedores do Sinapse da Inovação 2017, programa de incentivo ao empreendedorismo inovador que fornece apoio financeiro as 100 ideias classificadas nas três etapas do processo seletivo. A empresa responsável pelo Abellion é formada pelo Lucas, pela Carolini (ex-membro da EJ da Mecatrônica também) e outros sócios. Pode ser considerada um spinoff da Comando Jr, inclusive apresenta o mesmo nome da empresa júnior da qual participava.

De acordo com Lucas, a partir da sugestão do professor Adriano Regis, houve a proposta de fazer um projeto que consistia em uma estação meteorológica integrada a um rádio amador. No entanto, ao analisar melhor o mercado (benchmarking), notou-se que já havia produtos consolidados disponíveis para compra. Diante disso, eles procuraram buscar outras tecnologias até achar um diferencial que pudesse ser aplicado no produto.

RELAÇÃO COM O MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR

“A empresa júnior para mim foi essencial para tirar da minha cabeça o negócio e trazer para o papel”. Entrar na empresa júnior, para o Lucas, foi uma oportunidade de aprender mais sobre administração e sobre gestão de pessoas. Sua experiência ajudou a responder parte das dúvidas que apresentava, tais quais “como monto uma empresa? o que eu preciso? por onde eu começo a montar uma equipe? “, entre outras.

PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO

Ao ser questionado sobre o que ele recomenda para quem está começando ou pensando em entrar no movimento empresa júnior, Lucas respondeu: Eu acho que, principalmente, vontade”. Ele destacou que a empresa júnior é um adicional no currículo e que para isso “contar” de verdade, é necessário ação por parte do aluno. “É igual fazer uma prova: você não vai ganhar o mérito de ser um bom aluno se você não tirar uma boa nota. Geralmente, se você tira, é porque você fez alguma coisa”.

Além disso, foi destacado que participar da empresa júnior impacta bastante no mercado de trabalho. Para Lucas, isso foi percebido, principalmente, na primeira empresa que ele trabalhou. Durante o processo seletivo, a participação em organizações como empresa juniores foi um critério que eles utilizaram para avaliar o candidato. Geralmente, os aspirantes à vaga que apresentam experiências como essa, são mais proativos ou então, como definido pelo Lucas, “resolvedores de problemas”.

Lucas Dal Ponte Feliciano é mestre em Engenharia Mecatrônica pelo Instituto Federal de Santa Catarina. É um dos vencedores do Sinapse 2017 e, também, um dos fundadores da Comando Soluções Mecatrônicas.

+MEJ: Thaynan Mariano

Para começar essa série, batemos um papo com o Thaynan Mariano, um dos responsáveis pela iniciação do movimento empresa júnior no IFSC. Gostaríamos de agradecer imensamente por essa entrevista (e pelo café!) que com certeza foi bastante produtiva. Confira abaixo e boa leitura!

CONHECENDO O MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR (MEJ)

Lá atrás, Thaynan e mais um grupo de alunos perceberam que na Universidade de Santa Catarina (UFSC) havia várias iniciativas, como grupos que participavam de competições, laboratórios de diversas modalidades, programa da Renault, entre outros. Já no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), na época, as oportunidades se restringiam as bolsas de pesquisa, as quais infelizmente não atendiam a todos os alunos. Até que em uma Semana Acadêmica da Mecatrônica, um dos palestrantes, prof. Mário Roloff, instigou a possibilidade de ter uma empresa júnior no Instituto Federal. Logo ali, bem no final da apresentação, Thaynan e outros colegas já grudaram no professor, conversaram e beleza: decidiram tocar esse negócio. Então, na quinta fase, nas aulas de Empreendedorismo, desenvolveram no projeto da matéria a montagem da empresa júnior. Assim, a Invictus nasceu.

DESAFIOS

Logo de cara eles entraram em contato com a Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina (FEJESC) para saber o que tinha que fazer, materiais complementares, enfim. Foram apoiados pela Ariana que era gerente/diretora de crescimento da FEJESC. Já dentro do Instituto Federal a luta foi grande: foram dois anos para oficializar. Depois de passarem por vários momentos de burocracia, Thaynan e o grupo de alunos envolvidos no projeto chegaram até mesmo a recorrer a reitora, Consuelo, a qual abraçou a causa, aprovou e deu forças para a empresa júnior nascer. Eles receberam a chave da Invictus em dezembro de 2010. Thaynan, no entanto, pegou a chave e passou para a nova diretoria, pois estava se formando.

VIVÊNCIA NO MEJ

“A minha história no Movimento Empresa Júnior pode ser dividida em duas: os acontecimentos dentro do Instituto Federal e as que experiências fora — que foi de fato minha vivência no MEJ”. Para ele, viver o movimento foi também sair do Instituto Federal para participar das atividades da FEJESC. No final do primeiro ano, por exemplo, Thaynan e outros membros da equipe compareceram ao Prêmio FEJESC. A partir do momento que eles participaram desse evento, mudou tudo, uma vez que aquilo continuou dando motivação para que passassem dois anos realizando as discussões necessárias para concretizar a Invictus. Nessas atividades da federação, eles conheceram muita gente de outras empresas juniores, como CONAQ, Ação Júnior, AutoJun, entre outras. “No final observamos que eles todos eram pessoas que nem a gente: estudantes normais, não brilhavam, não tinham poderes, mas que tinham algo que nós não: uma empresa júnior estruturada com muito trabalho, com processos bem definidos, como recrutamentos, treinamentos, captação de novos clientes, enfim. Nossa, era brilhante! Chegamos lá e vimos toda uma gurizada de 20–21 anos que estava voando”.

Mesmo depois de formado, a conexão com o MEJ não terminou. Ao retornar da Irlanda, deparou-se com a Invictus praticamente inativa. Sentia vontade de reerguer a EJ, no entanto não era mais aluno. Nesse momento, Thaynan passou a se relacionar com movimento pós-júnior, pelo qual realizou workshops, participou de eventos e conheceu diversas empresas juniores pelo país, como a Fluxo Consultoria.

MEJ EM UMA PALAVRA

Se Thaynan fosse resumir sua história no MEJ em uma só palavra seria network. “O que eu mais aprendi no Movimento Empresa Júnior foi a fazer networking. Então, imagina: eu era um nerdzinho de óculos que só ficava programando e, de repente, no momento que eu entrei para o MEJ, aprendi a fazer amigos”.

INFLUÊNCIA NA VIDA PROFISSIONAL

Um grande ganho profissional para Thaynan foi a experiência em organizar, gerir e começar uma empresa. Toda burocracia para a Invictus ser reconhecida no IFSC e para concretizá-la como uma empresa de fato serviu para que ele entendesse como funciona o mundo lá fora. “Eu me senti confortável para sair da Mecatrônica e montar minha empresa porque tinha dois anos de discussão, mas não sabia como vender ainda. Tanto é que no momento que eu aprendi a conversar com pessoas, fazer marketing e vender, pronto: um ciclo se fechou. Mas, só fui aprender isso depois, na minha primeira empresa”.

Thaynan utilizou da experiência adquirida na Invictus para conseguir uma vaga como diretor de vendas em uma empresa que trabalhou na Irlanda, na qual estruturou todo o setor do zero. Após um ano, ele era responsável por uma equipe de 20 pessoas e com 1,5 milhões de euros em faturamento.

PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO OU PENSANDO EM PARTICIPAR

“É pegar forte, já que o principal desenvolvimento quem ganha é você, por mais que tenha muito trabalho e envolvimento em muitas atividades. Mas, vou entregar aqui já: o movimento é muito divertido, as festas e as pessoas também”. Thaynan recomenda para todos participarem do Movimento Empresa Júnior, uma vez que, como ressaltado por ele, os membros apresentam a oportunidade de experimentar a vivência de uma grande empresa: estratégia, organização, metas, métricas, foco em resultados, processos e até o gerenciamento de equipes com 20 pessoas ou mais.

Adiciona, também, que é ideal para todo estudante que quer se destacar, aprender a conversar com pessoas, fazer reuniões e, aprender a lidar com clientes, além de desenvolvimento de produto de forma profissional. “Apesar de ter o Projeto Integrador, é outra coisa entregar um produto a um cliente”. Além disso, destaca: “No MEJ será possível conhecer muitas pessoas que poderão, no futuro, ser parceiros, funcionários e inclusive donos de empresas que você pode vir a trabalhar”.

Thaynan Mariano é um dos fundadores do Movimento Empresa Júnior no IFSC. Formado no curso superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial, atualmente trabalha como Head of Marketing na Pipz Automation, além de prestar consultoria a empresas do setor de tecnologia. É vice-presidente da JCI Brasil, fundador da Ideia Labs e do Startup Grind Floripa.

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